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XXVI ENCONTRO SOCINE – Volverse Otras: políticas, imagens, sons e fronteiras

07 a 10 de novembro de 2023 Universidade Federal da Integração Latino-Americana

TEMA DO ENCONTRO 

Volverse Otras: políticas, imagens, sons e fronteiras

Inscrições
encerradas

Para ouvintes 

Neste ano, a Socine será realizada na Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA), instituição cujo projeto nasceu de uma utopia: uma universidade  sem fronteiras para a América Latina e o Caribe. Mesmo considerando as diferenças  marcantes que caracterizam os países da região, pode-se dizer que as condições e  possibilidade dos cinemas latino-americanos e caribenhos encontram um lastro comum:  o desafio de construir sociedades mais justas e igualitárias. Os dramas e os dilemas  históricos vivenciados na região repercutiram, ao longo do século passado e no início  deste século, na imaginação cinematográfica que gerou as mais distintas concepções de  cinema dos nossos(as) realizadores(as), impondo à produção, aos mercados e aos  públicos de espectadores(as) de filmes, perguntas sobre as relações entre as imagens e  sons, o espírito republicano e a contínua luta pela democracia.

No Brasil, iniciamos o ano de 2023 com uma importante síntese imagética: quando  a entrega da faixa ao presidente Lula foi realizada pelas mãos de uma mulher negra  catadora, tendo ao seu lado o cacique Raoni, uma criança negra, uma pessoa com  deficiência, um metalúrgico, um representante da comunidade LGBTQIA+. Ou seja, a  expressão da diversidade do povo brasileiro. Já, no dia 08 de janeiro, nesta mesma  paisagem arquitetônica de Brasília, vimos imagens da destruição do patrimônio público,  da violência revestida de verde e amarela por golpistas. Essas duas imagens não vêm  desacompanhadas de sons. Por um lado o brado da ampla manifestação da multidão  esperançando novos horizontes para nossas liberdades democráticas. De outro lado, os  sons da agressividade e violência engendrada no fascismo recreativo. Essas  duas sínteses visuais e sonoras em disputa nos provocam a seguir questionando os limites,  desafios, possibilidades dos processos e lutas pela democracia em nosso país e no  continente.

E o cinema não poderia estar deslocado destas reflexões, não só por imagens e  sons que são trazidos à tela, mas também pela importância do avanço dos  processos democráticos na construção de políticas públicas, ou seja, na possibilidade de  acesso e materialização da produção cinematográfica. Preocupação recorrente em nossos  países hermanados, como é o caso do Paraguai, onde realizadores(as) tem empenhados  esforços para a institucionalização da Lei de Cine aprovada em 2018 naquele país e que  agora se materializa na criação do Instituto Nacional del Audiovisual Paraguayo (INAP). 

Da mesma forma, do lado argentino, na região de Misiones, o Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones (IAAvIm) tem aprofundado suas políticas de produção  cinematográfica regional e fortalecido processos de integração. Enquanto isso, neste  novo Brasil que começa a ser reconstruído, nosso setor esperança um novo tempo para  a produção cinematográfica e audiovisual. Avançamos, retrocedemos, avançamos  novamente. Para onde vamos?
 
Diante desses dilemas colocados na realidade brasileira, mas que reverberam  também nos países da América Latina e do Caribe, consideramos ser fundamental  a Socine seguir postulando a questão da democracia e colocar em jogo conceitos basilares  do pensamento político, as disputas pelos seus sentidos e os desdobramentos no campo  do cinema e do audiovisual. Entendemos que este tema constitui um convite a evocar e  atualizar as muitas imagens do povo engendradas pelo cinema, bem como rearticular a reflexão sobre os povos expostos, os povos que faltam e os que se inscrevem no porvir.  O tema nos convoca igualmente a reavaliar o problema da representação e da participação: as disputas pela visibilidade, a distribuição da fala e a circulação da palavra,  a ética da escuta, a herança do apagamento e as muitas formas da sub representação e/ou  da hiperexposição que pautam o cenário cultural e político contemporâneo. Postular a  democracia como eixo articulador do nosso encontro em 2023 implica, enfim, colocar no  centro das discussões sobre o cinema e o audiovisual a urgência das preocupações e  perguntas que há muito nos interpelam em nossas práticas de pesquisa, de docência, de  realização e de crítica. Entendemos a democracia não como uma noção geral e abstrata,  mas como um conceito situado – agenciado desde, sobre e para a América Latina e Caribe – e que, portanto, nos diz muito sobre o tempo e o espaço que nos cabe viver, tanto nos  termos de suas promessas quanto de suas muitas postergações, fracassos e  impossibilidades. Parafraseando Lina Meruane, uma das nossas inspirações para o tema  deste ano, como poderia o cinema atravessar-nos com uma ética, engendrar uma abertura  à alteridade como possibilidade de transformação? De que modo seria possível tornar se/volverse otras: políticas, imagens, sons e fronteiras?

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